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Antídotos contra metanol: como funcionam no corpo e salvam vidas em SP

Álcool absoluto e fomepizol são parte da rede de resposta estadual à intoxicação por metanol

O governo do Estado de São Paulo estruturou uma ampla rede de resposta para atendimento de pacientes com suspeita de intoxicação por Metanol. A ação foi divulgada em 19 de outubro de 2025 pela Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo.

Dois fármacos-chave

O estado disponibiliza dois antídotos centrais: álcool absoluto (etanol 99,5%-99,9%) e Fomepizol. Ambos são administrados em ambiente hospitalar, conforme protocolo da secretaria. O álcool absoluto impede que o metanol se converta em metabólitos tóxicos como formaldeído e ácido fórmico, responsável por lesões oculares, neurológicas e mesmo risco de morte. O fomepizol atua sobre a enzima que metaboliza o metanol, sendo especialmente indicado para gestantes, crianças e pacientes com comprometimento hepático.

A resposta estadual

A estrutura montada inclui hospitais-referência em todas as regiões do estado, farmácias hospitalares e protocolos padronizados para diagnóstico imediato, administração dos antídotos e monitoramento clínico. Até 17 de outubro o boletim registrava 38 casos confirmados, 369 descartados e 44 em investigação.

A distribuição dos antídotos obedece à logística estadual: segundo reportagem, o estado adquiriu cerca de 5,5 mil ampolas de álcool absoluto e cerca de 2,8 mil de fomepizol, garantindo estoques para atendimento emergencial.

Como funciona no organismo

Quando ingerido, o metanol é metabolizado em etapa uma pela enzima álcool desidrogenase em formaldeído, e depois convertido por aldeído desidrogenase em ácido fórmico. São esses metabólitos que causam acidose metabólica, lesão da retina, cefaleia, náuseas, visão turva e risco de morte. A administração do etanol em alta concentração ou do fomepizol ocupa a enzima, bloqueando essa cadeia tóxica e permitindo a eliminação do metanol inalterado pelos rins ou remoção por hemodiálise.

Desafios na prática

Apesar da articulação em São Paulo, especialistas apontam que o maior desafio está na detecção precoce dos casos e na capilarização do atendimento nos municípios menores. Quanto mais tempo decorre até a terapia, maiores os riscos de sequelas visuais ou neurológicas. Ainda há necessidade de vigilância quanto à qualidade das bebidas destiladas e à atuação dos canais clandestinos de distribuição, principais origem das intoxicações.

O que observar

Para o público-leitor, a crise exige atenção: adquirir bebidas apenas em estabelecimentos confiáveis, desconfiar de preços muito abaixo do mercado ou de rótulos suspeitos, e buscar atendimento imediato em sintomas como cefaleia intensa, visão turva ou mal-estar após consumo de destilados.

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