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Cassado no TSE?

Relatora Isabel Gallotti vota pela cassação da chapa de Cláudio Castro no TSE

Julgamento é suspenso após pedido de vista; caso pode redefinir o cenário político no Rio de Janeiro

A ministra Isabel Gallotti, relatora do processo que investiga suposto abuso de poder político e econômico na campanha de Cláudio Castro (PL) ao governo do Rio de Janeiro em 2022, votou nesta semana pela cassação da chapa e pela inelegibilidade do governador e de seu então vice, Thiago Pampolha, por 8 anos.

O julgamento ocorre no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e analisa acusações de uso da máquina pública durante o período eleitoral, especialmente envolvendo contratações em massa na CEPERJ e na UERJ, além de alterações administrativas que teriam favorecido aliados políticos do governo durante o pleito.

O que está sendo investigado

A ação aponta que:

  • Cerca de 27 mil pessoas foram contratadas em projetos do governo às vésperas da eleição;
  • Parte dessas contratações teria sido utilizada para mobilização política e cabos eleitorais indiretos;
  • Recursos públicos teriam sido distribuídos sem critérios técnicos claros, favorecendo redutos eleitorais estratégicos.

Para Gallotti, o conjunto das provas aponta para uma vantagem indevida da chapa governista no processo eleitoral.

Pedido de vista suspende julgamento

Após o voto da relatora, o ministro Antonio Carlos Ferreira pediu vista — ou seja, mais tempo para analisar o processo.
Com isso, o julgamento foi temporariamente interrompido e pode demorar até 30 dias para ser retomado. Isso significa que:

  • Não há cassação confirmada ainda;
  • Cláudio Castro permanece no cargo enquanto o julgamento não é concluído;
  • O resultado final dependerá da maioria dos ministros da Corte.

Pontos de atenção para o cenário político

Se a cassação for confirmada:

  • O Rio de Janeiro poderá ter novas eleições, dependendo do momento da decisão;
  • Castro pode ficar inelegível por 8 anos;
  • O PL perde um de seus principais governadores — o que teria impacto nacional.

 

Se a maioria não acompanhar o voto da relatora:

  • Castro se mantém no governo;
  • A narrativa de perseguição política tende a ser explorada pela base bolsonarista.

Leitura estratégica

O caso ultrapassa as fronteiras do Rio de Janeiro e tem impacto direto no cenário político nacional. Cláudio Castro é aliado do PL e da família Bolsonaro, ocupando um papel importante na sustentação dos palanques conservadores no Sudeste. Sua eventual fragilização ou cassação enfraquece a estrutura política do partido na região, justamente no momento em que o PL se movimenta para recompor alianças e definir nomes estratégicos para as eleições de 2026. Por isso, a decisão do TSE não se limita ao campo jurídico: ela é eleitoral, simbólica e profundamente relacionada à disputa de poder no país.

A decisão do TSE, portanto, não é apenas jurídica — é eleitoral, simbólica e de poder.

Opinião Via News

O voto da ministra Isabel Gallotti abriu um novo capítulo na política fluminense.
A cassação ainda não está consumada, mas o processo já pressiona o governo Castro e movimenta bastidores partidários.

A disputa, agora, é no plenário do TSE e no campo da narrativa política.

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