Lula e Trump reabrem diálogo e negociam acordo para reduzir tarifas dos EUA sobre produtos brasileiros. Encontro na cúpula da ASEAN marca retomada das relações entre Brasil e Estados Unidos após período de tensão diplomática e abre caminho para avanços comerciais.
Durante a 47ª cúpula da ASEAN, realizada no domingo, 26 de outubro de 2025, em Kuala Lumpur, o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, tiveram um encontro bilateral que marcou um passo importante para a reaproximação entre os dois países após um período de fortes tensões diplomáticas. A reunião concentrou-se principalmente na necessidade de revisão das tarifas elevadas impostas pelos Estados Unidos às exportações brasileiras e na retirada de sanções aplicadas por Washington a autoridades do Brasil.
Após a conversa, Lula declarou que o encontro foi “muito bom” e disse ter recebido de Trump a garantia de que um acordo comercial será construído entre as duas nações. Trump, por sua vez, afirmou acreditar ser possível chegar a “bons acordos para ambos os países”, embora tenha adotado um tom mais cauteloso ao reconhecer que ainda não há certeza sobre resultados imediatos.
De acordo com a agência Reuters, os dois líderes concordaram que suas equipes econômicas iniciem negociações imediatamente, com foco na revisão das tarifas que, atualmente, afetam fortemente setores estratégicos da economia brasileira, como o agronegócio. Lula também sugeriu que as tarifas sejam suspensas temporariamente durante o processo de negociação, mas essa possibilidade ainda não foi confirmada publicamente pelos Estados Unidos.
O encontro simboliza uma mudança de clima diplomático e pode representar o início da normalização das relações entre Brasil e Estados Unidos, que passaram por uma das fases mais conturbadas em décadas devido a medidas econômicas restritivas e disputas políticas recentes. No entanto, apesar do discurso otimista adotado após a reunião, o futuro das negociações ainda depende de avanços concretos à mesa e da superação de resistências internas em ambos os governos.
O que está em jogo
• Tarifas sobre exportações brasileiras
Redução ou suspensão temporária pode destravar o comércio de carne, café, minério e outros setores estratégicos.
• Sanções a autoridades brasileiras
Negociação busca retirar restrições políticas impostas por Washington.
• Reaproximação diplomática
Brasil tenta recuperar posição de influência junto aos EUA após desgastes recentes.
• Ganhos para a economia real
Setores produtivos aguardam alívio rápido; demora pode gerar novo atrito comercial.
• Protagonismo na América do Sul
Lula quer reforçar papel regional do Brasil; resultado definirá se haverá alinhamento ou pressão na política continental.
Para o Brasil, o sucesso desse diálogo pode aliviar pressões econômicas sobre indústrias exportadoras e gerar ganhos relevantes em competitividade internacional. Para Washington, a aproximação reforça vínculos com um parceiro estratégico na América do Sul em um momento de redefinição de alianças comerciais globais. O saldo imediato da reunião é positivo, mas a efetividade do processo será medida pela capacidade dos dois países de transformar promessas em ações práticas, com benefícios percebidos pela economia dos dois lados do continente.









