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CPMI do INSS

Fonte: Agência Câmara de Notícias

Ex-procurador do INSS nega envolvimento em fraudes e adota silêncio em depoimento à CPMI

O ex-procurador-geral do INSS, Virgílio Antônio Ribeiro de Oliveira Filho (conhecido como “Virgílio Filho”), prestou depoimento à CPMI nesta quinta-feira (23 de outubro de 2025), amparado por habeas corpus que lhe permitia permanecer em silêncio em perguntas com potencial incriminatório.

Durante a oitiva, Virgílio negou envolvimento em irregularidades relacionadas aos descontos em aposentadorias e pensões, afirmou que “não sou político nem tenho padrinho político. Sou apartidário. Sempre atuei de forma técnica e não por motivos políticos”.
Ele também negou ter sido convidado para o cargo por Carlos Luppi, ex-ministro da Previdência, dizendo que o convite teria partido do ex-presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, que, segundo Virgílio, “nunca teria interferido” em sua atuação na procuradoria.

No entanto, a comissão levantou suspeitas gravíssimas: o relator, Alberto Gaspar (União-AL), afirmou ter identificado uma evolução patrimonial de cerca de R$ 18 milhões em cinco anos, valor considerado incompatível com a remuneração de servidor público. Ainda segundo Gaspar, esse montante não justifica a compra de um apartamento de R$ 28 milhões em Balneário Camboriú (SC).ermaneceu em silêncio quando questionado sobre contatos com empresários investigados, as atividades econômicas da esposa e da irmã, e sobre aquisição de veículos de luxo — admitindo apenas que tentou comprar um automóvel da marca Audi, o qual não foi concluído; não respondeu sobre a suposta doação de um Porsche à esposa.
Ainda foi questionado se havia sofrido pressões no exercício de suas funções e quanto à fiscalização de entidades que arrecadaram recursos por meio de descontos em benefícios — ele disse ter tomado conhecimento das denúncias apenas por reportagens e negou ter participado de reunião que resultou na instrução normativa de março de 2024 que regulou descontos associativos automáticos. 

A sessão da CPMI se estendeu por mais de 12 horas e ainda ouviu a médica e esposa de Virgílio, Thaisa Hoffmann Jonasson, sobre suspeitas de que empresas em seu nome teriam sido usadas como “laranjas” no esquema investigado.

Fonte: Agência Câmara de Notícias

Opinião Editorial

Quando um ex-alto funcionário de um dos maiores órgãos de proteção social do país comparece a uma comissão investigativa, com reporte de evolução patrimonial suspeita, silêncio nas respostas e evidência de que milhares de aposentados podem ter sido alvo de descontos indevidos, o sinal não é apenas de que algo possa estar errado: é de que a confiança pública está em risco.
A atuação do INSS é vital para a segurança social do Brasil e especialmente para regiões como o Grande ABC, onde milhões dependem direta ou indiretamente de benefícios e subsídios. A paralisação ou fragilidade desse sistema reverbera no varejo, nas cadeias produtivas da economia local e na vida das famílias que contam com aposentadoria ou pensão.
Se a CPMI não avançar em transparência, responsabilização e reforma efetiva, o impacto será mais um capítulo de descrédito institucional e o custo não será apenas político, será social. Extracto de rapina vidrada no silêncio institucional não interessa à sociedade.

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