O Brasil caiu da 5ª para a 32ª posição no ranking global de crescimento econômico no segundo trimestre de 2025, segundo estudo da Austin Rating. A mudança ocorre após o Produto Interno Bruto (PIB) registrar crescimento de apenas 0,4%, bem abaixo da expansão de 1,4% no primeiro trimestre. A desaceleração coloca o país longe do grupo de economias que lideram o ritmo global e reforça um sinal de alerta sobre o ambiente econômico doméstico.
Economistas apontam que a perda de velocidade se deve, principalmente, à taxa Selic mantida em 15%, que encarece o crédito e dificulta tanto o consumo das famílias quanto o investimento das empresas. Com o custo do dinheiro elevado, a economia pulsa com menos força: negócios adiam planos de expansão, financiamentos se tornam inviáveis e o mercado interno perde fôlego.
Além disso, a instabilidade política e fiscal tem afetado diretamente a confiança de investidores. Conflitos institucionais, sinais contraditórios sobre controle de gastos públicos e falta de previsibilidade no direcionamento econômico criam um ambiente de cautela — e cautela, no mercado, significa paralisação de investimentos.
Enquanto o Brasil desacelera, outras economias emergentes avançam adotando políticas mais agressivas de estímulo ao crescimento, juros menores e estratégias de fortalecimento da produção local. Em outras palavras, o problema não é global: é doméstico.
De quem é a responsabilidade pela queda
A queda do Brasil no ranking global não tem um único responsável. Ela é resultado da combinação de juros elevados, incerteza fiscal e instabilidade política. Quando o país não transmite previsibilidade sobre suas contas, seus rumos e suas instituições, o investimento recua, o consumo encolhe e a economia desacelera. O crescimento não parou por falta de capacidade produtiva do país — parou por falta de confiança. Sem confiança, não há investimento. E sem investimento, o Brasil não cresce.









