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Guerra no Rio!

Confronto entre forças de segurança e o Comando Vermelho deixa dezenas de mortos no Rio de Janeiro

Uma grande operação de segurança pública realizada na terça-feira, 28 de outubro de 2025, nos complexos do Alemão e da Penha, na Zona Norte do Rio de Janeiro, mobilizou cerca de 2.500 agentes das polícias Militar e Civil do Estado. O objetivo foi cumprir aproximadamente cem mandados de prisão e conter a expansão da facção criminosa Comando Vermelho (CV) nessas regiões.

Durante a operação, houve confrontos intensos entre as tropas de segurança e os integrantes da facção. Barricadas foram erguidas, tiros de fuzil disparados e houve relatos do uso de drones com explosivos. Blindados da polícia foram utilizados para avançar nas áreas dominadas pelo tráfico. Segundo autoridades, o confronto durou cerca de 15 horas e foi considerado o mais violento dos últimos anos.

De acordo com os números mais recentes divulgados pelo governo do Rio de Janeiro, até a manhã desta quarta-feira, 29 de outubro, foram contabilizadas 66 mortes em confronto, número que ainda pode aumentar à medida que corpos localizados em áreas de mata sejam identificados. Entre as vítimas confirmadas estão quatro policiais, sendo dois civis e dois integrantes do Batalhão de Operações Especiais (Bope).

As autoridades também informaram a prisão de 81 pessoas suspeitas de ligação com o Comando Vermelho e com outras organizações criminosas atuantes na região. Na apreensão de armamentos, o balanço oficial registra 93 fuzis, dezenas de pistolas, granadas e mais de 500 quilos de entorpecentes. O material recolhido foi descrito como um dos maiores arsenais já encontrados em uma operação urbana no país.

Segundo o governo fluminense, a ação é resultado de mais de um ano de investigação e inteligência, com o objetivo de desarticular lideranças do tráfico e retomar o controle estatal sobre comunidades que vinham sendo dominadas por facções. O secretário de Segurança Pública classificou o grupo como “narcoterrorista” e afirmou que novas ações devem ocorrer até o fim do ano em outras áreas críticas da cidade.

Para os moradores da Zona Norte, o impacto foi imediato e devastador. Escolas suspenderam as aulas, unidades de saúde interromperam o atendimento, linhas de ônibus deixaram de circular e o comércio local permaneceu fechado por mais de 24 horas. Diversas famílias relatam medo e sensação de abandono, enquanto as autoridades buscam restabelecer a normalidade.

Entidades de direitos humanos criticaram a operação e pediram investigação independente sobre possíveis execuções e abusos. O Ministério Público do Rio informou que acompanha o caso e solicitará laudos técnicos de balística e necropsia de todas as vítimas.

O episódio reacende o debate sobre a política de segurança pública no Brasil e a necessidade de conciliar o combate ao crime organizado com a proteção dos direitos civis. Para o leitor do Via Política News, o caso serve de alerta sobre o avanço das facções e o desafio que as metrópoles enfrentam para garantir segurança, cidadania e presença efetiva do Estado em áreas vulneráveis.

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